Sabemos que a fotografia foi uma grande invenção da humanidade. Agora, para aqueles que como eu, são da “geração botão”, é um pouco difícil imaginar como eram as fotografias antes da era digital. Parece até que sempre foi assim, apertar o botão e olhar a foto no visor para ver se ficou como esperávamos.
Para entender melhor como aconteceu esta evolução, disponibilizei um vídeo mostrado pela professora Helen Rozados que conta um pouquinho da história da fotografia.
Para entender melhor como aconteceu esta evolução, disponibilizei um vídeo mostrado pela professora Helen Rozados que conta um pouquinho da história da fotografia.
A fotografia, no decorrer do tempo, passou por uma evolução, da analógica à digital, e nesta trajetória se tornou documento. No início era apenas uma tentativa de verossímilhança, atualmente ela é arte, é documento, é história. Assim, hoje em dia temos na imagem fotográfica a história de uma época, a memória coletiva. Silva constata que:
É sabida a importância dos acervos fotográficos nas instituições e organismos a serviço da informação como museus, arquivos, bibliotecas, escolas, municípios, órgãos estatais e empresas privadas, que acumulam e mantêm grandes coleções de fotografias, usadas para descrever os locais, as transformações e os eventos; explicar fenômenos científicos; como suporte pedagógico no contexto educacional; testemunhar acontecimentos históricos; auxiliar pesquisadores, enfim através da linguagem visual retratar a memória coletiva. (SILVA, 2007, p. 1).
A fotografia é um documento, é um registro. Mas se é um registro, quem é o profissional que deve organizar, recuperar e disseminar esses documentos? Essa tarefa é incumbência do bibliotecário e do arquivista, que são profissionais da informação. Silva ( 2007, p. 1) analisa que “estabelecer uma política de recuperação de informação que contemple o pesquisador de imagens, é um dos desafios do profissional da informação, seja arquivista ou bibliotecário, profissionais da informação nesses acervos fotográficos.” É fundamental que estes documentos sejam organizados e tratados de forma adequada, pois são a nossa memória. As imagens fotográficas são fontes de informações e pesquisa essenciais para mantermos nossa história, origem e cultura, pois ao analisá-las percebemos nossas origens e entendemos melhor os acontecimentos no decorrer do tempo. Silva, em um estudo realizado na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) relata que:
O acervo fotográfico compõem-se de cerca de duzentos mil documentos distribuídos em seus diversos formatos, confeccionados com técnicas utilizadas pela fotografia a partir da segunda metade do século XIX, com originais em papel, vidro e metal (provas em albumina, papel salgado, calótipos, estojos de daguerreótipos, ambrótipos, ferrótipos), dentre outros, negativos de vidro, nitrato de celulose, acetato e poliester; álbuns de fotografias; reportagens e cartões postais, além de reproduções e ampliações várias. (SILVA, 2007, p. 3).
Certamente para que esse acervo fosse mantido durante todo esse tempo, foi necessário o trabalho de um profissional preparado para este tipo de tarefa. É possível supor que nem sempre o acervo ficou sob os cuidados de um arquivista ou bibliotecário. Por mais bem-intencionado que seja alguém sem a formação profissional desejada, tem dificuldades para aplicar as melhores técnicas de preservação e restauração. Assim, fica evidente que para a manutenção e preservação da história humana é fundamental o trabalho do profissional da informação. Para realizar tal tarefa é necessário que o profissional se adapte as tecnologias atuais de preservação e restauração de documentos fotográficos, principalmente realizando cursos de capacitação que o preparem para o trabalho com esses materiais, e que o capacite para atender os usuários que buscam por esses documentos. Silva analisa que:
[ . . . ] em se tratando do trabalho com documentos fotográficos, é necessário do profissional da informação além dos conhecimentos técnicos, a sua capacidade cognitiva para avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza diferenciada, devido a sua linguagem não-textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da informação e disseminação junto aos usuários – pesquisadores da diversas áreas do conhecimento. (SILVA, 2007, p. 5).
Não é necessário apenas técnica, mas o profissional da informação precisa ter o que poderíamos chamar de olhar fotográfico, pois ele precisa interpretar o documento fotográfico para então poder disponibilizar e disseminar de forma adequada e correta aos usuários. Na pesquisa genealógica, por exemplo, é fundamental que as fotografias tenham uma descrição fiel, pois o pesquisador que busca por estas fontes de informação precisa de dados exatos. Imaginem se o pesquisador, ao buscar por uma fotografia de seu tataravô, encontra informações de uma pessoa que não é seu parente (um homônimo, por exemplo). Isso causaria o atraso dos resultados de sua pesquisa, e com certeza uma grande confusão para outros genealogistas, visto que é comum na genealogia pesquisadores juntarem árvores de parentesco. É para evitar essas confusões que os arquivistas e bibliotecários devem estar bem preparados profissionalmente. Portanto, os profissionais da informação são os intermediários entre os documentos fotográficos, que precisam de interpretação para a correta indexação, e o usuários, que buscam por esses documentos.
Referências
SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da fundação Joaquim Nabuco. 2007 Disponível em: <http://moodleinstitucional.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=101768>. Acesso em: 21 set. 2010.
HISTÓRIA da fotografia. Vídeo. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jwOL0HZ-ecA&feature=related>. Acesso em: 21 set. 2010.
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