Jornais Digitais Nacionais

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nossa sociedade sofre trasformações diárias e com as novas tecnologias da comunicação e da informação, as mudanças ocorrem de forma ainda mais ágeis. O Brasil acompanhou os avanços tecnológicos de países como Estados Unidos e França, superando-os em algumas situações. Redes sociais como Orkut são dominadas por brasileiros e até o Facebook está ganhando ares verde-amarelo. Se os jornais eletrônicos são realidade fora do país, aqui não é diferente. A economia que proporcionam e o alcance que obtém, fazem do digital uma opção mais atrativa para jornais tradicionais em crise. O Jornal do Brasil, fundado em 1891 e um dos ícones da luta contra o regime militar brasileiro, hoje é 100% digital, devido aos problemas financeiros que atravessava na época do impresso. (ÚLTIMO segundo, 2010).

      Do ponto de vista do Bibliotecário, a propagação de jornais digitais, em conjunto com os cada vez mais modernos “buscadores” ou “motores de busca”, torna a recuperação de notícias, a curto prazo, mais fáceis. O temor é pelas políticas (ou ausências de políticas) de preservação das notícias.

     Para novos tempos, novos desafios.


     O Jornal do Brasil passou a ser 100% digital a partir de 01 de setembro de 2010, devido a uma reestruturação da empresa. Cerca de 50% dos funcionários foram demitidos e a circulação em papel deixou de existir. O conteúdo é semelhante ao Portal Terra, Portal G1, da Globo.com e do Portal R7, da Record Tv. Salvo alguns portais menores, os grandes portais são muito parecidos uns com os outros, imperando a fórmula do “time que está ganhando não se mexe” na internet. Chama a atenção que o JB está inscrito no programa de afiliados da HotWords, que faz com que algumas palavras do texto virem anúncios. Esse tipo de propaganda é comum em blogs ou sites menores, pois não é muito rentável para um jornal de grande porte.


     Os serviços que o novo JB oferece a seus leitores são: notícias online, notícias pelo celular, espaço para o leitor repórter, participação em enquetes, comentários de notícias e compartilhamentos de notícias pelo facebook, twitter, orkut, eucliquei, entre outros sites semelhantes, algo que torna o jornal bem interativo. 

     Como cultura não é algo que desperte tanta atração em um jornal, em comparação com esportes, por exemplo, o tema é pouco abordado em reportagens. Assim, não há reportagens sobre bibliotecas, por exemplo, e a reportagem que mais perto chega disto é a ida do brasileiro ao cinema. De acordo com a reportagem, o Ministério da Cultura (MinC), divulgou que “apenas 14% dos brasileiros vão ao cinema ao menos uma vez por mês, 92% nunca frequentaram museus, 93% nunca foram a uma exposição de arte e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança. Mas a economia da cultura no Brasil já responde por cerca de 5% dos trabalhadores.” (SIQUEIRA, 2010).

      Se 92% nunca freqüentaram museus, podemos supor que mais da metade dos brasileiros nunca foram a uma biblioteca. Este tipo de reportagem pode e deve ser utilizada, divulgada e disseminada pelos bibliotecários à comunidade de usuários de sua biblioteca. Pois, através dos resultados dessa pesquisa, o bibliotecário pode incentivar os usuários a utilizarem mais os serviços da biblioteca, mostrando sua importância na educação e cultura. Dessa forma, pode fazer uso de uma pesquisa que mostra resultados ruins para promover e incentivar o uso da biblioteca e dos serviços que ela realiza. E, essa divulgação pode ser feita através de blogs, twitter, orkut, etc.

     O JB, que já foi instrumento de trasformação política, ainda que camuflada, hoje não é instrumento de transformação social. A cultura dá pouca visibilidade, então é pouco lembrada e perde espaço para fuchicos da vida de Neymar. Na Era digital não temos mais a preocupação com os átomos, mas os bits ainda precisam ser coordenados por mentes humanas, que custam salários. Assim, o espaço para a cultura é reduzido, mesmo que uma notícia custe poucos bits.


      O moderno bibliotecário precisa se preparar para lidar com o link quebrado e a usar blogs, twitters, etc., para promover a cultura. Então, se por um lado vivemos a Era do mais por menos, onde a cultura acaba relegada a segundo plano, por outro as novas tecnologias deram instrumentos para que os agentes culturais possam promover a cultura sem os altos cutos do tempo da mídia exclusivamente impressa. A transformação que o Jornal do Brasil viveu neste ano, do impresso para o virtual, com redução de custos e foco nas notícias de ganho fácil, ilustra esta época de mudanças,podendo, inclusive, ser um tema a ser aborbado pelo Bibliotecário em uma ação cultural.



Referências

SIQUEIRA, Ana Paula. Cultura se Movimenta para Tentar sair da Lama. Jornal do Brasil. 10 nov. 2010. Disponível em: <http://jb.digitalpages.com.br/home.aspx?edicao=20101110&pg=02>. Acesso em: 16 nov. 2010.


ÚLTIMO segundo. Após 119 Anos, Jornal do Brasil Deixa de Circular em Papel. 13 jul 2010. Disponível em: < http://ultimo

segundo.ig.com.br/brasil/rj/apos+119+anos+jornal+do
+brasil+deixa+de+circular+em+papel/n1237715741886.html>. Acesso em: 16 nov. 2010.

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