Museus Virtuais

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Museu virtual x Museu físico 

 
      Com o avanço da internet a partir dos anos 90, percebemos benefícios e mudanças em todas as áreas do conhecimento. O desenvolvimento proporcionado pelo mundo cibernético possibilitou incontáveis avanços também na cultura e educação. Os Museus virtuais são produtos deste momento mundial de “explosão da informação”. Quebrando paradigmas para levar o conhecimento a todos os “webusuários”, os museus virtuais ultrapassam as barreiras físicas e vão até o usuário para que esse conheça o museu e seus serviços.



Como diz um famoso ditato:  
Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.

ou

Se o usuário não vai ao Museu, o Museu vai até o usuário.


      É o que tem acontecido com os Museus atuais, através da internet, eles têm entrado nas casas e escolas, para que sejam conhecidos por todos aqueles que, talvez nunca, teriam condições de conhecê-los pessoalmente. Mas, a intenção não é apenas essa, pois a propaganda feita pela internet, causa curiosidade nos usuários que, mais tarde, poderão visitar o museu pessoalmente. Dessa forma, o museu virtual não é um concorrente do museu físico e tradicional, mas sim uma ferramenta complementar que o auxília. Carvalho , destaca que a convivência de museus físicos e eletrônicos são a “marca deste século no âmbito cultural contemporâneo.” (CARVALHO, 2008, p. 84). De acordo com a autora as funções museológicas são as mesmas, mas os museus físicos e virtuais apresentam características diferentes. Loureiro (2003, p. 172 apud CARVALHO, p. 85) relata essas diferenças:


[ . . . ] os museus no espaço físico apresentam materialidade, ênfase na obra única, permanência, estabilidade, caráter institucional por definição, linearidade, processo de comunicação e transferência de informação unidirecional e assimétrico; tendência à eparação dos pólos receptor/emissor. Os museus no ciberespaço se caracterizam pela imaterialidade, ubiqüidade, provisoriedade, instabilidade, caráter não necessariamente institucional, hipertextualidade, estímulo à interatividade e tendência à comunicação bi ou multidirecional (LOUREIRO, 2003, p. 172 apud CARVALHO, 2008, p. 85).


Os diferentes tipos de museus virtuais


     Para que não haja confusão em relação aos museus virtuais, é importante fazer um esclarecimento. De acordo com Loureiro (2004, p.105 apud Rozados, 2010) as denominações mais frenquentes são:

[ . . . ] museu digital, cujo qualificativo ressalta simultaneamente sua linguagem e sua natureza imaterial, mas não dá conta da especificidade da rede; netmuseu, cibermuseu ou webmuseu, cujos prefixos remetem às especificidades da Internet, enfatizando o espaço desterritorializado das redes, aplicando-se, entretanto, indistintamente, aos museus construídos na Web e aos sítios mantidos por museus físicos; e museu virtual, denominação que parece tender a se consolidar.


Vantagens e desvantagens do museu virtual


A partir da visita realizada nos museus virtuais:


The virtual museum of Iraq

Museu Virtual de Arte Brasileira

Web Gallery of Art

MUVA

Museu Forum

MASP - Museu de Arte de São Paulo

MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul

Museu da Pessoa



Destaco abaixo as vantagens e desvantagens observadas por mim.


Vantagens


  • Os museus virtuais por seu caráter imaterial, possuem algumas vantagens em relação ao museu tradicional, ou físico:
  • Pode ser visitado a qualquer hora do dia e em qualquer lugar do mundo, mediante o acesso a internet.
  • Disponibilizam imagens de obras que só teríamos acesso se o museu local trouxesse a amostra, e ainda assim, a visita só poderia ser realizada mediante a disponibilidade do visitante.
  • O museu virtual não se preocupa com o espaço físico e com a segurança das obras, já que no máximo, o usuário poderá copiar uma imagem.
  • O museu virtual possibilita uma imagem de alta qualidade, da qual o usuário pode fazer uso. No museu tradicional nem sempre é possível fotografar as obras, pois essas podem ser danificadas pelos flashs e, se a máquina fotográfica for ruim, a fotografia pode ficar sem foco e/ou escura.
  • O custo do museu virtual é incomparavelmente menor que o custo de manutenção e criação de um museu físico.

Desvantagens


  • Por estar disponível exclusivamente na internet, os museus virtuais não estão disponíveis a comunidades remotas e aqueles que não tem acesso a rede.
  • A maioria dos museus virtuais oferecem informações escritas e sonoras em no máximo três idiomas. Geralmente, priorizam o idioma local e o inglês, e em raras ocasiõess disponibilizam uma terceira opção. Isso dificulta consideravelmente o acesso do usuário que não possui conhecimento em outros idiomas.
  • A proximidade das obras, possibilita ao visitante do museu físico, uma série de emoçoes e sensações que nem sempre são sentidas no museu virtual.
  • O museu tradicional também tem a preocupação com a segunça, organização e limpeza das obras e amostras, diferentemente do museu virtual.
  • O museu virtual apresenta uma preocupação inerente aos formatos disponíveis na internet, que é a insegurança quanto a compatibilidade dos formatos utilizados na gravação de imagens e vídeos (por exemplo, uma imagem salva no formato jpeg poderá ser vista daqui a 15 anos?). 

Considerações Finais


      Após realizar estas visitas aos museus virtuais gostaria de destacar a importância destas mídias digitais para a disseminação do conhecimento humano. Afinal, quantos de nós realmente poderá ter acesso a estas obras? A maioria só através de livros, mas agora, com os museus virtuais é possível unir a história que aprendemos, com a experiência de ver as imagens de muitas obras históricas e com importantíssimo valor histórico.

      A maioria dos museus apresentam virtualmente as obras que estão em exposição.Em alguns, é possível acessar a sala virtualmente, e ver as imagens das obras disponíveis. Alguns disponibilizam também um índice de autores, no qual é possível escolher o nome do artista e ver todas suas obras em exposição. O museu da Pessoa, disponibiliza um índice de depoentes, no qual é possível acessar as histórias das pessoas podr ordem alfabética de autor. É interessante destacar que alguns museus apresentam juntamente com as obras, a história do objeto, o que facilita o reconhecimento pelo visitante.

      Recomendo a visita ao museu virtual do Iraque, confesso que foi o que mais me agradou e, mais me deu a sensação de realmente estar dentro do museu. Acontece que o MVI, possibilita ao usuário entrar nas salas virtuais e ver as obras através dos clics, bem como os vídeos, como se estivesse realmente entrando na sala. O visitante pode mexer na imagem que é em 3d, virando-a para olhar detalhes conforme lhe agradar. Diferentemente de outros, como o Museu Virtual de Arte Brasileira, que possibilita o acesso as obras através de um índice de autores, e com imagens fixas e num só plano.

      O fundamental é ter em mente que estes museus inovam e possibilitam a universalização do conhecimento, que até pouco tempo atrás tinha seu acesso muito restrito.


Referências

CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na Internet e o visitante virtual. Museologia e Patrimônio, v. 1, n. 1, jul./dez. 2008.


LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer Matheus. Arte e imagem: musealização e virtualização. DataGramaZero, v.5, n.6, dez. 2004. Disponível em: <www.dgz.org.br/dez04/Art_03.htm>. Acesso em: 02 abr. 2010.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem gente que não consegue admitir que estamos presenciando a troca do Paradigma Custodial para o Pós-custodial. Acredito que a informação deve ser difundida para o benefício de todos e a Web é essa realidade. Parabéns pelo seu Blog.

Postar um comentário